terça-feira, 6 de junho de 2017

Joba Tridente: Poesia em Crise: Crase

..., os dias me ardem nos meus gritos contidos. ..., os dias me ardem nos meus gritos imprimidos. ..., os dias me ardem a cada notícia soturna que se espalha pelo ar feito pedúnculo de dente-de-leão em busca de solo útil para se proliferar. ..., os dias me ardem, como em muitos brasileiros.

..., embora cegue cidadãos pelo caminho, a mim a ardência faz seguir em busca de lúmen real, e não de ouro de tolo. ..., em minha catarse tenho cometido poemas desesperados. ..., assombrado pelas quadrilhas politiqueiras, a minha poesia entrou em crise. ..., enredado nas mídias antissociais, tremo a minha crase por quatro vezes, nesse dia 06 de junho do ano desgraçado de 2017. ..., não espere que o galo cante. ..., ele foi degolado há muito tempo!

                 
                        
poesia em crise: crase - 1

joba tridente.04.06.2017


os dias são assim
do bolso do povo
  só logOFF
pro bolso do político
    só loGIN
assim são os dias
                    ..., logOUT!
                               ..., log OUT!
                                           ..., OUT!
                                               ..., O U T!!!!!!!







poesia em crise: crase - 2

joba tridente.04.06.2017


na rua...,
     black   block
     white  block
     red       block
     blue     block
     yellow block
               .……........................
     a quem  interessa
     destituir   a noção
     deteriorar a nação
                     ..., na rua?







poesia em crise: crase - 3

joba tridente.04.06.2017


um diaBO
        lá fora
        : diaBRURA
        : diaBÓLICO
        : diaRREIA
        : diaLELO
        lá dentro
um diaNJO







poesia em crise: crase - 4

joba tridente.04.06.2017


ao político
 : dá-me!
O desaFORO
privilegiado
.................................
ao cidadão
 : me-dá!
O desaFORO
aprisionado

*
ilustração.joba.tridente.2017



Joba Tridente, artesão de palavras e imagens em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida – Sangue e Titânio (2017); Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura - 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

2 comentários:

  1. tremo a minha crase por quatro vezes, nesse dia 06 de junho do ano desgraçado de 2017. ..., não espere que o galo cante. ..., ele foi degolado há muito tempo!
    Meu Deus!!!
    Meu Deus...

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