sábado, 7 de maio de 2016

Joba Tridente: Passeio Público - 5

Passeio Público é um Parque-Zoo inaugurado em 2 de maio de 1886 na região central de Curitiba, Paraná, Brasil. É também o título de uma série poemas que escrevi em 2013 e que, publicados aqui no Falas ao Acaso, encontraram eco na web e foram parar no livro 101 POETAS PARANAENSES - antologia de escritas poéticas do século XIX ao XX, organizado (em dois volumes) pelo escritor Ademir Demarchi, editado pela Biblioteca Pública do Paraná, em 2014.

O Passeio Público, com sua fauna aprisionada ou livre, serve para cortar caminho e de atalho para se observar e refletir sobre os tipos de prisão. Pois, além dos turistas e das famílias com seus rebentos, profissionais (femininos e masculinos) do sexo espalham-se “discretos” e ou acintosos por suas alamedas..., de olhos na caça (pato) e ou no caçador (lobo).

Entre sessões de cinema e minha casa, um passeio, por vezes, perturbador, em suas trilhas, resultou na série poética que estou republicando em homenagem aos seus 130 anos. Agora você sabe que um Passeio Público- 1 ou PasseioPúblico - 2 ou Passeio Público - 3 ou Passeio Público - 4 pode estar instalado em qualquer lugar do mundo, porque o tempo não para no Passeio Público - 5..., nem para acertar a idade.



Passeio Público - 5
joba tridente

puta no passeio
não passeia
trepada na murada
de soslaio
mede a novata
que mete
medo na bruaca
que metia
medo ontem
....................
ri das putas
que putas riem
dela como se
espelho não fosse
...............................
sonsa espreita
as sombras
zonza mira
o sol
na ruela
entre lusco e fusco
um distinto
pato

*
JT - ilustração: 07.10.2013



Joba Tridente em Verso: 25 Poemas Experimentais (1999); Quase Hai-Kai (1997, 1998 e 2004); em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida (2015); 101 Poetas Paranaenses (2014); Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela (2014); Ebulição da Escrivatura – 13 Poetas Impossíveis (1978); em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás (2000); Cidades Minguantes (2001); O Vazio no Olho do Dragão (2001). Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

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