sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Joba Tridente: Cerradoação

Estou publicando alguns poemas que escrevi em diferentes momentos de ebulição social, política, cultural e mesmo pessoal. Ontem fiz a postagem de antes, um poema de 1978, escrito logo após o espetáculo teatral “Jogos na Hora da Sesta”, da dramaturga polaca Roma Mahieu. Hoje, ainda no recuerdo da ditadura militar: Cerradoação.



Cerradoação
Joba Tridente (1981)

apesar  das chuvas insistentes (agora)
apesar do sol insistente (sempre)
apesar de (muita) gente insistente (por hora)
o cerrado continua florindo,
mesmo serrado
até onde não exista mais caule
mesmo podado
o cerrado continua florindo

cerradoando a vida
aos descuidados do caminho
cerradoando a morte

*
ilustração de Joba Tridente 

Joba Tridente em Verso: 25 Poemas Experimentais; Quase Hai-Kai; em Antologias: Hiperconexões: Realidade Expandida; 101 Poetas Paranaenses; Ipê Amarelo, 26 Haicais; Ce que je vois de ma fenêtre - O que eu vejo da minha janela; Ebulição da Escrivatura; em Prosa: Fragmentos da História Antropofágica e Estapafúrdia de Um Índio Polaco da Tribo dos Stankienambás; Cidades Minguantes; O Vazio no Olho do Dragão. Contos, poemas e artigos culturais publicados em diversos veículos de comunicação: Correio Braziliense, Jornal Nicolau, Gazeta do Povo, Revista Planeta, entre outros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...