domingo, 13 de julho de 2014

Joba Tridente: GOLeiro

A Copa do Mundo no Brasil, em 2014, despertou o meu interesse em escrever algumas crônicas leigas sobre futebol. GOLeiro era para ser a primeira. Acabei me ocupando com um trabalho esportivo mais articulado. Sem tempo, comecei com dois poemas experimentais: Goool 1 (!) e Goool 2 (Grito). Depois, ensaiei com VAIA e O Brasil Chora?. Agora já era. Para não ficar apenas na memória do PC, resolvi postar apenas para cumprir tabela!



GOLeiro
Joba Tridente

Entendo nada de futebol. Nada! Por causa do gol. Do gol nas peladas de rua. Maldito gol! Goleiro nem jogador é. Sabe chutar, mas não é jogador. Sabe bater pênalti, mas não é jogador. Tem muito jogador que também não é jogador de tão mal que joga. Tem! Mas nem por isso é mandado pro gol. Malditas traves. Malditas latinhas. Malditas pedras. Malditas boladas. Malditos vizinhos donos da bola.

Entendo nada de futebol. Torcer assim é complicado. Sempre inventam novas regras. A do tal adiantamento da bola, quem entende? Ou será adiantamento do jogador? Sei quando é tiro de meta, por causa do triângulo na ponta do campo com aquela bandeirinha quadriculada para atrapalhar o chute. Mas não sei o que quer dizer “meta”. Presumo que “tiro” seja chute. Gostaria de saber o porquê da bandeirinha quadriculada naquele lugar impróprio. Escanteio, falta, pênalti..., tenho vaga ideia. Sei quanto é marcado gol, no entanto. O contra ainda tenho dúvidas. Bola no segundo pau? Nem me pergunte. É alguma mandinga para tirar o goleiro de ação?

Entendo nada de futebol. Por entender nada, fico de olho no uniforme dos times. Torço para os mais harmoniosos. Pode não ser ético, mas favorece o estético. Imagino o gramado como uma tela verde e os jogadores misturando suas cores corridas, feito pinceladas de Van Gogh. O goleiro me parece um respingo de tinta que não se mistura. Um goleiro só vira tela na hora da penalidade máxima. Aí, então, uma pintura cubista. Eu até gosto de pintura cubista. Mas odeio o gol.


P.S.: O gol bonito do menino Mario Götze, feito uma pintura de Albrecht Dürer, na grande final entre Alemanha (1) e Argentina (0),  só reafirma que goleiro só “ganha” jogo numa decisão por pênaltis. Fora isso, quem ganha jogo é jogador.

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TJ: crônica e ilustração 2014

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