segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Franz Kafka: Aforismos

Os dois aforismos publicados abaixo, em tradução do escritor catarinense Silveira de Souza, estão no livro 28 Aforismos de Franz Kafka,  edição bilíngue - Virtual Book, distribuída gratuitamente na web nos primórdios do ebook. O livro foi lançado posteriormente (?) pela EdUFSC com o título 28 Desaforismos e desapareceu das páginas do Virtual Book, mas ainda é encontrado na rede. Os Aforismos de Kafka também foram traduzidos por Otto Maria Carpeaux, em 1943, (Revista Sopro, 2011) e por Modesto Carone (Revista Serrote, 2009).



Franz Kafka: Aforismos
tradução de Silveira de Souza (*)

11/12
Diversidade de imagens que talvez se possa ter de uma maçã: a imagem do garotinho que precisa esticar o pescoço para, com dificuldade, poder ver a maçã na fruteira sobre a mesa e a imagem do senhor da casa que pega a maçã e a entrega sem restrições a seu convidado à mesa.

11/12
Verschiedenheit der Anschauungen, die man etwa von einem Apfel haben kann: die Anschauung des kleinen Jungen, der den Hals strecken muß, um noch knapp den Apfel auf der Tischplatte zu sehn und die Anschauung des Hausherrn, der den Apfel nimmt und frei dem Tischgenossen reicht.


20
Leopardos invadem o templo e bebem toda a água da pia de sacrifícios, deixando-a vazia. Isto se repete sempre. Por fim, o evento pode ser previsto e torna-se uma parte do ritual.

20
Leoparden brechen in den Tempel ein und saufen die Opferkrüge leer; das wiederholt sich immer wieder; schließlich kann man es vorausberechnen und es wird ein Teil der Ceremonie.


Franz Kafka (Praga-República Checa: 03.07.1883 - Klosterneuburg-Áustria: 03.08.1924), com formação em direito e trabalhando em uma companhia de seguros, começou a escrever em suas horas vagas, que reclamava serem poucas para se dedicar ao “seu chamado literário”. Kafka, que é considerado um dos mais influentes autores do séc. XX, cresceu sob as influências das culturas judia, tcheca e alemã, publicou A Metamorfose (1915), Carta a meu Pai (1919), Na Colônia Penal (1919), Um Médico Rural (1919), Um Artista da Fome (1922)..., sem muita repercussão. A fama veio logo após a sua morte, com o patrocínio de seu amigo Max Brod para o lançamento de O Processo (1925); O Castelo (1926); O Desaparecido (1927); A Grande Muralha da China (1931). Para saber muito mais: Wikipédia: Franz Kafka; El País: Franz Kafka;  Almanaque Folha.UOL: Franz Kafka; Cultura Genial: Livro A Metamorfose de Franz Kafka; CULT: Franz Kafka; Revista Bula: Meus Encontros com Kafka; Scielo: Kafka, Benjamin: o natural e o sobrenatural; Revista Serrote: Os Aforismos reunidos de Franz Kafka; Revista Terceira Margem: Quatro glosas a Kafka; Revista USP: Franz Kafka: Raízes; NCBI: Franz Kafka (1883-1924); Biblioteca Digital de Teses e Dissertações: As múltiplas religiosidades na literatura de Franz Kafka; Periódicos UFPB: Franz Kafka; Guimarães Rosa; Sociedade do Controle Integrado; France Culture: Franz Kafka (1883 - 1924): l'étrange étranger.

João Paulo Silveira de Souza (Florianópolis-SC, 27.07.1933) é jornalista, tradutor e escritor brasileiro. Entre outras atividades educacionais e culturais, foi diretor do mensário de literatura e arte Roteiro; diretor da Divisão de Informação e Divulgação do Departamento de Extensão Cultural da UFSC e coordenador das seguintes Edições FCC da Fundação Catarinense de Cultura: Boi-de-Mamão (79 a 81); Cadernos da Cultura Catarinense (84-85) e Escritores Catarinenses (90-91); Dirigiu o grupo teatral TESC (Teatro Experimental de SC); Integrante do Círculo de Arte Moderna conhecido como Grupo O Sul, movimento literário e artístico Modernista, Silveira de Souza, escritor eleito para a cadeira 33 da Academia Catarinense de Letras, é autor de O Vigia e a Cidade (1960); Uma Voz na Praça (1962); Rumor de Folhas (1966); Quatro Alamedas (1976); Os Pequenos Desencontros (1977); O Cavalo em Chamas (1981); Canário de Assobio (1985); Ybris (1989); Um ônibus e Quatro Destinos (1984); Relatos Escolhidos (1998); Trololó para Flauta e Cavaquinho (1999); Contas de Vidro (2002); Janela de Varrer (2006); Ecos no porão: contos selecionados pelo autor (2010-2011). Para saber mais: Ecos no Porão, obra maior de Silveira de Souza; Contista Silveira de Souza lança duas obras pela editora da UFSC.


Ilustração: Leopard / Felis pardus. 1896.
Origem: Lloyd's Natural History: "A hand-book to the Carnivora. Part 1, Cats, civets, and mungoose"[1] by Richard Lydekker. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...