domingo, 30 de setembro de 2012

Olavo Bilac: As Velhas Árvores

Ilustração de Joba Tridente

No dia um de outubro comemora-se o Dia do Idoso. Como estou numa fase de redescoberta de Olavo Bilac e estamos (oficialmente) na Primavera estou compartilhando este seu belo soneto que celebra a Natureza em todos nós: As Velhas Árvores. Ele foi publicado em seu livro Poesias Infantis, de 1929, onde se encontram, também, as belas poesias O Avô e A Velhice.


As Velhas Árvores

Olha estas velhas árvores, — mais belas,
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas...

Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!


Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (16.12.1865 – 28.12.1918), jornalista, escritor e membro fundador da Academia Brasileira de Letras (1896), onde ocupou a cadeira 15, cujo patrono é o poeta Gonçalves Dias. É autor de Poesias Infantis (1904 ou 1929); Teatro Infantil (?); Contos Pátrios (1904); Antologia Poética (?); Crônicas e Novelas (1894); Tarde (1919); Crítica e Fantasia (1906); Tratado de Versificação (1910); Dicionário de Rimas (1913); Ironia e Piedade (1916); Conferências Literárias (1906).

Arte de Joba Tridente

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