quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Safo: O Sacrifício








SAFO
O Sacrifício

Vem, Atis, coroar de infantes rosas
Essa frente engraçada, — e as tranças móveis
De teus áureos cabelos, deixa-as soltas
Pelo colo de neve.
Oh! que amável pudor te anima e cora!  
Vem, colhe com teus dedos melindrosos
Frescas boninas, doces violetas
De suavíssimo aroma;
Que a vítima de flores coroada
Sempre é mais grata aos deuses. Vem: teremos  
Estas selvas sisudas por altares.
Onde a minha ventura
Me há-de elevar aos numes soberanos.
Enlaça em torno a mim essas grinaldas.
Rcclina-te em meu seio, os olhos belos
Para os meus olhos volve...
Que linda coras! que formosos lábios!
Essa polida tez não cede às flores:
Não, que a viveza da sua cor brilhante
O esplendor não te ofusca.

Poema de Safo na tradução de Almeida Garrett (1799 - 1854)
fotoarte de Joba Tridente

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