SAFO
O Sacrifício
Vem,
Atis, coroar de infantes rosas
Essa
frente engraçada, — e as tranças móveis
De
teus áureos cabelos, deixa-as soltas
Pelo colo de neve.
Oh!
que amável pudor te anima e cora!
Vem,
colhe com teus dedos melindrosos
Frescas
boninas, doces violetas
De suavíssimo aroma;
Que
a vítima de flores coroada
Sempre
é mais grata aos deuses. Vem: teremos
Estas
selvas sisudas por altares.
Onde a minha ventura
Me
há-de elevar aos numes soberanos.
Enlaça
em torno a mim essas grinaldas.
Rcclina-te
em meu seio, os olhos belos
Para os meus olhos volve...
Que
linda coras! que formosos lábios!
Essa
polida tez não cede às flores:
Não,
que a viveza da sua cor brilhante
O esplendor não te ofusca.
Poema de Safo na tradução de Almeida Garrett
(1799 - 1854)
fotoarte de Joba Tridente
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